*O risco de que pancadas de chuva atinjam a cidade de São Paulo neste sábado, conforme prevê o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), ameaça o andamento dos trabalhos na região onde um canteiro de obras da estação Pinheiros do metrô (zona oeste) desabou, sexta-feira (12). Com chuva, crescem as chances de a cratera formada pelo acidente aumentar ainda mais.
*O desabamento aconteceu às 15h de sexta (12) e dobrou o diâmetro de um buraco feito para levar equipamentos --como retroescavadeiras-- ao subsolo. Inicialmente, a estrutura tinha 40 metros de diâmetro. Depois do acidente, o solo continuou cedendo por ao menos cinco horas, até o diâmetro do buraco alcançar 80 metros de extensão.
*Na manhã deste sábado, há ao menos duas frentes de trabalho no local do desabamento. Uma, do Corpo de Bombeiros, tenta localizar uma van --com pessoas a bordo-- que teria sido engolida pela cratera; e outra, de engenheiros, tenta estabilizar um guindaste que ameaça cair.
*Na madrugada, bombeiros e agentes da Defesa Civil construíram uma espécie de dique para evitar que a água de uma eventual chuva escoe para o local do acidente e provoque novos deslizamentos. Por conta do acidente, cerca de 80 imóveis tiveram que ser interditados e os moradores, levados para hotéis.
*Cerca de 120 imóveis, incluindo os que estão desocupados, estão sem água e sem energia elétrica por causa do desabamento, que rompeu cabos elétricos da Eletropaulo e uma adutora da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Como o acesso dos técnicos está restrito, não há previsão para normalização dos serviços.
*Desaparecidos e guindaste
*O desaparecimento da van pela qual o Corpo de Bombeiros procura foi notificado inicialmente pela cooperativa à qual ela pertencia. Segundo a empresa, o motorista Reinaldo Aparecido Leite e o cobrador Wescey Adriano da Silva estavam na região do desabamento quando ele ocorreu e não entraram mais em contato pelo rádio desde o horário do acidente.
*Uma testemunha disse ter presenciado o momento em que a van caiu no buraco. Informações extra-oficiais dão conta de que o sistema de transmissão de dados por satélite instalado na van aponta que ela foi soterrada e está entre 25 e 30 metros de profundidade. Desde o acidente, dois caminhões e uma picape foram içados dos escombros.
*O trabalho dos bombeiros é dificultado pela presença de um guindaste de aproximadamente 50 metros de altura e 50 toneladas na margem do buraco. Desde a noite de sexta, o equipamento foi amarrado a um contrapeso e fixado por concreto injetado, para ganhar estabilidade. Se ele desabar, pode contribuir para aumentar a cratera.
*Neste sábado, engenheiros trabalham para desmontar o guindaste. Quando ele for removido, os bombeiros poderão iniciar as buscas pela van a partir da própria cratera. Durante a madrugada, eles tentarem chegar ao local por um túnel pertencente ao projeto da estação que não foi danificado no acidente, mas não conseguiram.