*O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido " sereno e claro " nessa crise, avalia o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. No " primeiro minuto " Lula determinou aos ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Waldir Pires (Controladoria-Geral da União) que colaborassem com as investigações sobre as denúncias de corrupção e compra de votos. " O presidente Lula não tinha informações sobre essas coisas. Ele não tomou conhecimento disso. Eu estava com ele quando surgiram as primeiras denúncias " .
*O ministro voltou a negar que tenha sido alertado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre os fatos que desencadearam o escândalo e criticou quem coloca ministros e autoridades da República sob suspeita " por nada " . Como as reportagens que, sem motivos, comprometeram o ministro da Justiça e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
*Palocci também afirmou que não teme por novas denúncias. Garantiu que não há nada contra ele nos oito meses de escuta telefônica de seu ex-assessor, Buratti, autorizada pela Justiça. " Estou tranqüilo porque sei o que fiz e o que não fiz " , explicou. O ministro disse que não tem problemas em abrir seus sigilos e não se nega a comparecer à CPI, se convocado.
*O ministro conversou ontem pela manhã, antes da entrevista coletiva, com o presidente Lula. " Disse que explicaria (as denúncias de seu ex-assessor Rogério Buratti), mas o deixei tranqüilo sobre o meu cargo " . O presidente da República foi taxativo. Falou que o manteria no cargo e que os fatos são " insuficientes " para justificar decisão contrária.
*Palocci repetiu, na entrevista, as palavras do presidente Lula, segundo as quais " a verdade vai blindar a economia e o país " . O ministro reconheceu que esses episódios " chateiam " , mas a sociedade tem dado respostas positivas à política econômica. " Somos firmes e duros. Não há decisão fácil. Temos políticas necessárias para o crescimento e a estabilidade de longo prazo " , afirmou o ministro.
*Na interpretação de Palocci, as reações do mercado por causa das denúncias de Buratti, " foram provocadas mais pela forma com que o depoimento de Buratti foi divulgado pelos promotores de Justiça " . Ele crê que a economia não vai reagir de forma negativa com relação ao que fazem as pessoas, mas sim com relação às mudanças de política. " Não vai haver guinada. As pessoas passam e as instituições ficam. Meu cargo é do presidente Lula. É ele que escolhe " disse.