*O comitê internacional da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), integrado por 160 países e que funciona como um dos organismos reguladores da OMC (Organização Mundial do Comércio), declarou ontem, em Paris, o Acre como território livre da aftosa. A solenidade, com direito a um certificado que atesta a saúde animal do Estado, foi acompanhada pelo governador do Acre, Jorge Viana, que viajou a Paris acompanhado dos deputados estaduais Élson Santiago (PMN) e Edvaldo Magalhães (PC do B), do secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro, além do presidente do IDAF (Instituto de Defesa Animal e Florestal), Paulo Via-na, além de representantes do setor produtivo.
*O Acre tem um rebanho bovino estimado em 2,1 milhões de cabeças para uma população estimada em pouco mais de 600 mil pessoas. Com esta declaração, significa que a carne bovina produzida no Acre, apontada como uma das mais suculentas e saborosas do Brasil, poderá ser comercializada no exterior. Mas, muito mais que isso, significa que países consumidores de carne brasileira não poderão alegar a existência de febre aftosa para deixar de importar o produto do Brasil. "Na verdade, a aftosa é utilizada na guerra comercial entre vários países. Basta haver um registro da doença num Estado como o Amazonas, como já ocorreu, e a Rússia, que compra carne do Brasil sem, no entanto, importar um quilo do Amazonas, suspende a aquisição alegando falta de sanidade no país inteiro. Em relação ao Acre, ninguém mais poderá fazer isso", registrou o governador, logo após a solenidade em Paris.
*Jorge Viana destacou ainda que o Acre recebeu o certificado como resultado de uma luta de cinco anos. "Foram cinco anos de batalha e de muitos investimentos", disse o governador. Segundo ele, o resultado positivo só foi possível graças à parceria montada com os produtores.
*De acordo com Jorge Viana, a declaração da OIE retira uma série de embargos comerciais em relação à carne bovina procedente do Acre. "Isso é um resgate das promessas que fizemos na campanha eleitoral. Nós prometemos aos produtores que íamos lutar por isso e, graça a Deus, graça à luta do governo e dos pecuaristas, o sonho está se transformando em realidade", destacou Jorge Viana. "A gente trabalha com índios e seringueiros mas também chegou o momento de celebrarmos esta conquista com os pecuaristas, que representam um segmento importante da nossa economia", destacou Viana.