Uma decisão original, a primeira do tipo no Acre, foi tomada na última segunda-feira pela juíza da Comarca de Xapuri, Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes.
*Ela mandou marcar pouco mais de mil bois, a ferro e fogo, com a marca TJ (abreviação de Tribunal de Justiça). Depois, os bovinos foram removidos, placidamente, para os cuidados do vencedor do processo. Viaturas e policiais militares acompanharam o cortejo dos quadrúpedes.
*Os bovinos são o pagamento de uma dívida de R$ 333 mil, que João Evaristo de Souza, o autor do processo, cobra na Justiça do pecuarista Edwin Macowski.
*A defesa de Macowski alega que não há débito e reclama que, ao longo do processo, não foram apresentados os documentos que provassem o contrário. Aliás, foi esse um dos detalhes que, na tarde de ontem, levaram a desembargadora Miracele Lopes a derrubar a decisão. O recurso foi apreciado pelo TJ.
*"O recurso preenche as exigências do artigo 525, do Código de Processo Civil, e a decisão agravada tem a meu sentir forte aptidão para causar aos agravantes lesão grave e de difícil reparação", justificou a desembargadora em sua sentença.
*Suspensa pelo órgão cuja sigla foi impresso no lombo dos animais, a decisão não conseguirá, como desconfia a própria desembargadora, reduzir os prejuízos de Macowski.
*O retorno dos 1,1 mil bois deve acontecer hoje, provavelmente sob nova escolta policial, com novo consumo do combustível pago pelo contribuinte. A dúvida do proprietário, agora, é com a anulação da marca TJ, ordenada pela magistrada. Problemas podem surgir, por exemplo, no ato da venda dos animais para os frigoríficos.
*Pela determinação do TJ, a viagem de volta deve ser custeada por Evaristo.