Na vanguarda, Rondônia avança em busca da marca de uma Identificação Geográfica-IG para seus cafés, que deverá ser a primeira IG de café robusta do mundo
Produção de café robusta em Rondônia / Foto: Secom
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O estado de Rondônia deve colher safra recorde de café robusta em 2019/20, a estimativa do Governo do Estado é de 2,3 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, com produtividade média de 37 sacas por hectare. As chuvas volumosas a partir de agosto de 2018 favoreceram a recuperação dos cafezais após a colheita e também as floradas e o pegamento dos chumbinhos – que foram considerados excelentes. A colheita em 2019 iniciou mais lenta do que de costume, devido ao atraso da maturação nas lavouras.
O estado de Rondônia é o terceiro maior produtor de café robusta do Brasil, atrás do Espirito Santo e da Bahia. Nas últimas duas décadas o parque cafeeiro de Rondônia foi reduzido em 329%, no mesmo período houve um aumento de 403% na produtividade, conseguindo fazer com que a produção atingisse seus maiores patamares. Isso aconteceu graças à adoção de tecnologias, principalmente da substituição de lavouras seminais por clonais.
O preço da saca do café tem caído semanalmente desde o início da colheita em abril, reflexos da alta produção mundial e dos estoques da safra 2018/19. A série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP mostra que o preço médio pago pela saca do café nos últimos oito anos no Brasil foi de R$ 391,71. Ainda de acordo com o Cepea o valor médio da saca de café robusta brasileiro na primeira semana de maio de 2019 fechou em R$ 279,06, ou seja, 28% menor que a média histórica apresentada. Em Rondônia a diferença para a média nacional é ainda maior, de acordo com os dados da Emater-RO, o valor médio da saca na primeira semana de maio fechou em R$ 252,11, 35% menor que o histórico de preço nacional.
Diante desse cenário, o produtor precisa analisar minuciosamente seu sistema de produção e avaliar a viabilidade do negócio. O custo médio para se produzir uma saca de café em Rondônia é de R$ 128,00. Isso indica que na conjuntura atual a cafeicultura rondoniense gera cerca de R$ 4.592,07 de lucro líquido por hectare. A saída para aumentar a margem de lucro é investir ainda mais em tecnologias para incrementar a produtividade das lavouras, que tem potencial para atingir até 120 sacas por hectare.
Na contramão das demais regiões produtoras de robusta, Rondônia busca estratégias para agregar valor ao seu café, e criar possibilidades, para além da venda do café como commodity, dentre elas destaca-se o investimento em produção de cafés de qualidade.
A base genética dos cafés de Rondônia é formada principalmente pela variedade botânica robusta, que juntamente com as condições ambientais específicas da região Amazônica têm possibilitado a produção de cafés com qualidade especial. Em 2019 o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e da Emater-RO lançou a 4ª- edição do Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia – Concafé, que já é o maior concurso de qualidade e sustentabilidade de café robusta do Brasil. Os produtores que tiverem seus lotes premiados terão vendas garantidas que chegarão a R$ 3.000,00 por saca.
Na vanguarda, Rondônia avança em busca da marca de uma Identificação Geográfica-IG para seus cafés, que deverá ser a primeira IG de café robusta do mundo, e com diferencial que será uma IG de café sustentável. A sustentabilidade está inserida no contexto da produção de café em Rondônia desde 2015, quando o estado se inseriu como parceiro da Plataforma Global do Café e passou a adotar as práticas do Currículo de Sustentabilidade do Café.
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