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Durante o período eleitoral, pelo menos tem sido assim nos últimos anos, pretensos candidatos, sobretudo a cargos majoritários, têm-se atacados por meio da imprensa. Antes, um dos instrumentos mais usados na disputa eleitoral, era a divulgação de dossiês fajutos.
No geral, muitas das acusações são velhas conhecidas da população e, em alguns casos, trazem situações que, mostrando-se verídicas, podem comprometer uma campanha. Alguns discordam desse tipo de expediente, justificando que ele não respeita as regras diplomáticas e propositivas, que deveriam permear o debate político. Outros, contudo, entendem que os ataques verbais contribuem de alguma maneira para a escolha dos eleitores.
Afinal de contas, quem busca um cargo público ou se encontra no seu exercício não pode ter rapo preso. Precisa ser transparente e prestar contas de seus atos à sociedade. Para ser mais exato, precisa estar numa vitrine, sujeitando-se, portanto, a todo tipo de análise crítica, independente do conteúdo, seja ela justa ou injusta.
Agora mesmo, por exemplo, um senador da República, que já foi governador de Rondônia, acusa seu sucessor, pré-candidato ao Senado, de endividar o Estado em alguns milhões de reais, como se isso fosse coisa do outro mundo. O pré-candidato, por seu turno, garante que o senador, quando passou pelo comando do governo, fez o mesmo.
Contrair empréstimo junto a bancos nacionais e internacionais para investimentos na aquisição de equipamentos, modernização da máquina burocrática e execução de obras sociais, é prática comum na administração pública. Pior é quando o mandatário pegar o dinheiro para pagar obras superfaturadas ou depositá-lo numa conta bancária num desses paraísos fiscais.
Não faz muito tempo, um prefeito de Porto Velho queria pegar emprestado junto ao Banco do Brasil alguma coisa em torno de cinquenta e quatro milhões de reais. Não, evidentemente, para investir em ações que contribuíssem de alguma maneira para melhor as condições de vida dos moradores da cidade - que ele prometeu, durante a campanha eleitoral, transformar num lugar decente para se viver-, mas, sim, para pagar um precatório milionário. A transação só não se concretizou porque a Câmara Municipal sentiu um odor desagradável no ar e brecou o negócio.
Surpreendentemente, eventuais pré-candidatos deixam para detonar seus adversários a poucos meses das eleições, acusando-os, entre outras coisas, de malversarem recursos públicos, quando, da verdade, deveriam munir-se de provas concretas e entregá-las aos órgãos responsáveis pela fiscalização da correta aplicação do erário, como Tribunal de Contas e Ministério Público – Federal e Estadual. A guerra eleitoral começou.
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