ARTIGO: Banditismo sem limites

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A violência não é um problema restrito apenas à cidade de Porto Velho. Pelo contrário, está presente nos quatro cantos do Brasil e do mundo. A diferença, contudo, é que, por aqui, a situação parece que saiu totalmente do controle. Definitivamente. Num curto espaço de tempo acontece um crime atrás do outro. De repente, não mais que de repente, alguém é barbaramente assassinado por motivo fútil. Uma criança é estuprada.

Às vezes, pelo próprio pai, quando não pelo padrasto, ou, então, pelo tio, ou, ainda, por alguém da família. São arrastões e assaltos que se sucedem em plena luz do sol. Semana passada, facínoras levaram cinco mil da minha vizinha, na saída do banco. E ainda saem zombando da vítima. Assistimos, exaustivamente, pela televisão, idosos indefesos sendo torturados até a morte, como se isso fosse algo natural. E sabemos que não é. 

No período eleitoral, ações e programas contra a violência estão presentes nos planos dos candidatos à presidência da República e ao governo do estado. Na lógica da disputa eleitoral, encontrar um único culpado é a aposta mais alta e, ao mesmo tempo, uma triste indicação de oportunismo político. A violência instaurada no país tem muitas facetas, dentre elas destacam-se a omissão secular de dirigentes públicos e a maldita concentração de renda na qual o Brasil mergulhou e se tornou referência internacional. E essa realidade, para ser transformada, exige novas posturas.

No próximo ano, haverá eleições para presidente da República, governador, senador, deputado federal e estadual, quando, então, a violência voltará a ser uma questão apenas de marketing eleitoral, como tem sido até hoje, uma maneira que os candidatos encontraram para demonstrar seu profundo desrespeito às pessoas que vivem no Brasil, como também de tripudiar sobre a dor dos que são vítimas diretas dessa onda de selvageria.

O momento (repita-se) requer novas posturas para que a sociedade possa enfrentar, com sensatez, esse drama. Há responsabilidades que precisam ser assumidas por todos. Os governos (nos três níveis) têm compromissos legal e publicamente assumidos que devem ser honrados, mas o Legislativo e o Judiciário também precisam, aliás, com algum atraso, prestar contas à sociedade.

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