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MARCUS MENDONÇA DANIN
Poeta de Rondônia.
Membro da Galeria dos Poetas do Momento Lítero Cultural
POESIAS
1-AS CORES DE RITA QUEIRÓZ
As cores de Rita Queiróz invadiram
meus olhos e não saíram nunca mais
Seus matizes poéticos fizeram do meu olhar,
Cativo eterno dos seus traços magistrais
Trouxeram as canaranas, as piracemas
O beiradão os batelões, a canoa encantada
Deslindando as labirínticas paisagens
De rios, céus e sonhos
Trouxeram a doçura rosa do boto
As travessuras do outro
A algaravia dos pássaros
A poesia dos bichos no versejar
verdejante da manhãs amazônicas
Trouxeram os delgados açaizeiros
As gigantes raízes samaumeiras
A floração resplandecentes dos ipês!
trouxeram as lendas, os mitos,
Os contos, os encantos nos cantos
das lavadeiras Beradeiras
Entoando na beira a lua e flor...
Trouxeram a madrugada brumosa
Reacendendo na floresta misteriosa
A poronga que o coração ilumina
nas nebulosas veredas do ser
Nos sem fim dos seringais
Trouxeram a placidez dos igapós
Do ouro derramado sobre a paisagem,
Nas filigranas, nas lianas e nos cipós
Da maestria dos seus pincéis nasceram
a alquimia dos arrebóis...
As cores de Rita Queiróz trouxeram
o infinito do belo, o puro e o singelo
Rebrilhando rebojando, pra dentro de nós. ..
2-NOSSAS HISTÓRIAS
Sou um amante de histórias
Sorvo palavras no cálice sagrado
das minhas memórias
As lembranças são joias caras
Rebrilham aves raras no céu escarlate
do meu coração
Somos frutos sagrados de dois corações
Somos ventos faceiros que movem
as folhas da nossa emoção
Escrevemos nossas histórias que um dia
olhos alados certamente pousarão
Os livros envelhecem, as palavras não
Ficam por aí inflando velas,
navegando emoção
O amor, esse nobre senhor
E suas belas histórias jamais,
Jamais passarão...
3-DO OUTRO LADO DA LUA
Tentei aprisionar a prata da lua na
algibeira dos meus devaneios
Derramei lágrimas sobre faces pétreas.
Na pré-história dos meus desatinos
Vestígios de palavras calaram no meu
silêncio a saudade das luas passadas,
Encerradas, segredadas nas sombrias
dobras do tempo...
O pingar implacável das horas
As sombras da noite escondendo as
sobras do meu lúgubre pensamento
Como um lobo da estepe, à espreita...
Lunático e predador...
Grito dentro do meu grito
Dilacero meus sonhos, me enterro em
tuas fantasias me apodero do teu prazer
Me desterro em tuas entranhas
No lado obscuro da noite
Da negra face da lua...
4-NOBREZA
Clara como as nuvens
São as asas do teu cavalgar
Alvoroço de pelos
Alvor primeiro na fabula
Equestre que reveste as manhãs
Crinas de lírios celestes
Decifrando a linguagem
Assobiante do vento
Dilatando as pupilas dos sonhos
Na tua nobreza incessante
Na tua leveza indelével,
Vestígio de tuas espumas
lácteas galopantes
Salpicadas sobre o revolto
mar do tempo!
5-FOZ
Sóis e sóis
não revelarão
o que nós, só nós
vislumbramos a sós
embuçados sob os
subterrâneos dos lençóis
como um rio veloz
desatando os nós
na frouxidão dos cós
varando os ilhós
ressoando nossa voz
antes e após
o amor deságua
nossos ais
na lassidão do
prazer que foi feroz
na mansidão da
nossa foz!
6-RASTROS
Sei que daqui a pouco serei apenas rastros,
dentro dos meus olhos não caberão mais
os faiscantes astros
E o desértico vento em um morno sopro,
todos os vestígios da minha breve jornada
sutilmente apagará...
As lágrimas por mim vestidas
se transformarão em sintonia de cigarras e grilos
em um fim de tarde febril
Todos os desalentos do meu nada
se extinguirão
e o inexorável e temido mistério
se revelará
Os pássaros tomarão posse
do silêncio
da minha ausência
Trarão o canto e a noturna nostalgia
da alegria
vivida dos campos em flor
As caricias das brisas primaveris
nas noites inebriantes
apagarão em meu corpo
tuas brasas adormecidas...
E uma lágrima teimosa,
dorida, tardia...
brotará do jardim calcinado
do teu olhar...
7-ÁGUAS AMAZÔNICAS
Mares de água doce, varando nossos quintais
Emoldurados por asas e matagais
Alimentando e aplacando a sede de homens e animais
Águas fantásticas, absolutas e mágicas
Águas amansadas, represadas e solitárias
Águas rebeldes, agitadas, indomadas
Águas que assustam, águas poderosas,
implacáveis, perigosas
Águas remansadas, mansas e piscosas
Águas matutas, astutas e dissolutas,
águas enamoradas,
Águas acesas, banhadas de lua
Águas serenas, banho de cuia
Águas surpresas, banho de chuva
Águas caladas dentro de nós, igapós
Águas de igarapé, águas bentas de fé,
varando os canais, suas veredas
murmurantes de paz nos seus aguaçás
Águas ilustres, seus silêncios lacustres
Aguadouro, varadouro, tesouro rebrilhando ouro
Águas colossais, ressonância cósmica
alumbrandos os mananciais
Águas encontradas, adoradas, acanoadas,
Águas de visitação, águas de contemplação
desaguadas nas artérias etéreas do meu
e do teu coração.
8-NOBRES MATIZES (coração nordestino)
Esse chão que tem brilho celestino
e áridas cicatrizes supliciantes,
das alvíssaras asas do destino,
nobres matizes belos e pujantes!
Dos teus rincões recônditos, rebrilham
teus aboios merencórios, teu sertão...
tuas vozes alterosas estrebrilham,
tua poesia que conquistou a nação!
Povo de fé, talento e bravura
transbordando magia, versos, cordéis
tua cultura, genuína, bela, pura...
Patativa, Ariano, Conselheiro,
zabumbam dentro do meu peito, este
coração, nordestino... Brasileiro!
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