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CLÁUDIA LUNDGREN – ENTREVISTA ATUALIZADA Nº 705.
22 de fevereiro de 2019.
Meu nome é Claudia Lundgren, tenho 47 anos, mãe de três filhos. Pedagoga, trabalhando há 12 anos como Educadora Infantil. Sou poetisa e compositora, já participei de várias antologias e concursos literários. Ocupo a cadeira 13 da Academia de Letras Camac Leon e a cadeira 04 da Academia Internacional de Aldravias Andreia Donadon Leal (virtuais), a cadeira 138 da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (Acilbrás) e sou Membro Efetivo da Sociedade dos Poetas Aldravianistas.
SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever?
CLÁUDIA LUNDGREN – Sou graduada em Direito e Pedagogia, porém, por vocação, optei em trabalhar na área educacional. Em 2014 ingressei no curso de Letras da UFF, onde permaneci estudando por dois anos, mas infelizmente, por motivos pessoais, não concluí. Trabalho na Prefeitura Municipal de Teresópolis há 12 anos, onde exerço a função de Educadora Infantil.
SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário?
CLÁUDIA LUNDGREN – A escrita sempre me fascinou e fez parte de mim desde a infância. Durante o período escolar, sempre fui apaixonada e tinha muita facilidade em escrever redações. Porém, foi somente na idade adulta que coloquei em prática essa minha aptidão para a escrita. Escrevo prosa e poesia, porém os poemas são a minha grande paixão.
SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados?
CLÁUDIA LUNDGREN – Participei com meus poemas em antologias, algumas já publicadas, e outras em vias de publicação. São elas:
- Antologia "Cultive o Pólen da Vida", volumes I e II - Editora Perse
- Antologia “ Por que comigo?” – Editora Perse
- Antologia "Mãe" - Editora Versejar
- Antologia "Elas e as Letras"- Editora Versejar
- Antologia "Poesias do Mundo" II - Editora Versejar
- Antologia “Poetize-se” – Editora Versejar
- Antologia "O Jardim" - Editora Cavalo Café
- Antologia "Corolário da Alma" - Editora Cavalo Café
- Antologia "Marca da Promessa" - Editora Cavalo Café
- Antologia "Belas Artes" - Editora Belas Artes
- Antologia "Aquarela de Emoções" - Editora Darda
- Antologia de Prosadores e Poetas Brasileiros Contemporâneos" - Editora Cavalo Café
- Antologias "Conexões Atlânticas” II e II - In-Finita
- Antologia “ Mulherio das Letras “ – In-Finita
- Antologia “Amor que Redime” – Edições Barca Cristã
- Antologia “Júlio César e Convidadas” – Editora INDE
Escrevi minha primeira crônica, que está presente na Antologia "Cultive o Polén da Vida - Contos e Crônicas" - Editora Clube dos Autores
Participei do concurso literário "Sementes da Karuá" (CE), e juntamente com os 35 poemas selecionados, meu poema fará parte da Antologia "Sementes da Karuá" - Editora Karuá.
Participei do mini book " Nossos Pais" - (Recanto das Letras).
Recentemente lancei meu primeiro livro solo, intitulado “Alma de Poeta” – Editora Areia Dourada.
SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir poesias?
CLÁUDIA LUNDGREN – Qualquer situação vivida serve de inspiração para a produção de poesias. Sou intimista, e a maioria dos meus textos é inspirado em alguma emoção, seja ela alegria, tristeza, saudades. Gosto de versar sobre as estações do ano, voltada para o meu eu interior. Embora na maioria das vezes eu me inspire em momentos vividos para escrever, em outras crio e invento ( poética do fingimento), principalmente em ocasiões em que um tema para compor me é sugerido.
SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira?
CLÁUDIA LUNDGREN – Sempre apreciei muito ler, principalmente as literaturas brasileira e portuguesa. Me identifico com a literatura intimista e ultrarromântica
do poeta brasileiro Álvares de Azevedo, e com os portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca.
SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas?
CLÁUDIA LUNDGREN – A você, novo escritor, aconselho que jamais desista dos seus sonhos. Imagine, crie, realize. O primeiro concurso de poesias que participei foi em 2014 na faculdade de Letras na UFF, e nem sequer fui classificada. Eu poderia ter desistido, poderia ter achado que não tinha aptidão para a escrita. Mas eu perseverei, amadureci minhas ideias, e neste ano de 2018, com 46 anos, consegui realizar grandes sonhos e ingressar na carreira literária. Nunca é tarde, vá em frente, você é capaz!
Base barata
Choveu, e eu me desfiz
A base barata escorreu
Me perguntei:
Quem sou eu?
A aparente morenice
Deu lugar a palidez
Parede mal pintada
Tinta, se esvaiu da minha tez
Minha cor, gelo
Difícil de se quebrar
Granizo que cai do céu
No solo, a se derramar.
*****
Solitária Sina
Saudade sofrida,
Salgado sabor...
Sentes? Será?
Sensível seria?
Saudade,
Senhora soberana!
Sombria, sem sentimentos...
Simplesmente sinto...
Sufoquei-me...
Sonho suprimido,
Sobras saudosas...
Sucumbiu!
Submergiu!
Sublime,
Singular sensação...
Sede sem saciar...
Sou só saudades...solitária sina...
*****
Aldravia
silêncio
gritante
palavra
muda
alto
falante
*****
Outono em mim
" Outono dentro de mim
As folhas secam e caem
Como elas, meus cabelos
Minha alegria se esvai
Me machuquei, e sangrou
Lavei a ferida e sequei
Ah, se a tristeza sarasse
Se com um remédio passasse
Quão sequidão em minha tez
Rugas profundas se dão
Que dias de outono cruéis
Quem dera trocar de estação
Um sol que não aquece
A noite interminável
Dia que não amanhece
O outono em mim acontece
Morreram as flores
Só galhos eu vejo
Cadê minhas cores?
Sou só palidez
Lá fora o verão, quão grande calor!
Que frio aqui, o outono em mim
O dia tão lindo, o sol tão azul
O meu ainda é noite, eu quero dormir."
*****
O Tempo
"O tempo....
Mocinho ou vilão
Tolerante ou não
Inverno ou verão
Faca de dois gumes
Dia ou noite
Luz ou escuridão
O tempo...
Cedo ou tarde
Sol ou lua
Do ano, as estações
Frio ou quente
Sequidão ou chuva
Veloz ou lentidão
Percebo o tempo passar
Quando me olho no espelho
Implacável tempo...
Faz minha pele enrugar
E embranquecer
As raízes do meu cabelo
Me faz amadurecer
Com a passagem do tempo
Crescem os filhos
Os netos chegam
Pessoas nascendo
E também morrendo
O fim do inverno, a primavera
O tempo segue, jamais espera
Voltar ao tempo?
Só nas lembranças
Muitas histórias
Da minha infância
Cheiros, lugares
Amigos, amores
Tempos felizes, tempos de dores."
*****
Retrato de mim
"Não sou mulher de forno e fogão
Da casa impecável, da cama arrumada
E sim, daquelas que batem cartão
Acordo cedo todo dia
Sou esteio da família
De mim sai todo o pão.
Da minha casa sou sustento
Mulher de contas e boletos
Poucas vezes eu pedi:
"Me dá um dinheiro aí?"
Mas inúmeras vezes
Essa frase pude ouvir
Já venceu a água? A luz?
São muitas prestações...
O gás acabou?
O remédio terminou?
Preciso saber também
Se a despensa esvaziou
Não sou mulher de festa e balada
Minhas noites, sempre em casa
Tomo um banho, ponho uma roupa
Pego um café, companheiro fiel
Entra em cena o meu lado poeta
Sou mulher de caneta e papel."
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