MOMENTO LÍTERO CULTURAL

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01-"Ser homem é precisamente ser responsável. É experimentar vergonha em face de uma miséria que não parece depender de si. É ter orgulho de uma vitória dos companheiros. É sentir, colocando a sua pedra, que contribui para construir o mundo."
Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens

 

02-PABLO NERUDA

LXXXI

 

JÁ ÉS minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.

Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.

Gira a noite sobre suas invisíveis rodas

e junto a mim és pura como o âmbar dormido.

 

Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.

irás, iremos juntos pelas águas do tempo.

Nenhuma viajará pela sombra comigo,

só tu, sempre-viva, sempre sol. Sempre lua.

 

Já tuas mãos abriram os punhos delicados

e deixaram cair suaves sinais sem rumo

teus olhos se fecharam como duas asas cinzas,

 

enquanto eu sigo a água que levas e me leva:

a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,

e já não sou sem ti senão apenas teu sonho.

 

03-ZANOTO - VARGINHA / MG – Em Memória

Lá fora

Entre mágoas comuns,

Talvez mais pungentes;

Sob o plenilúnio,

Dos arvoredos, do bosque,

Das rochas,

Dos insetos iluminados,

Levitam meus sonhos,

Enquanto a lua participa

Da festa colorida das estrelas.

 

04-ELIZEU BRAGA– Porto Velho, RO.

é necessária a Lua:

 

para a arvore crescer,

qualquer semente nascer e

uma flor desenhar pétalas

e o espinho abrir caminho

 

para um bicho virar lenda

uma mulher virar deusa e

 

quem escreve, achar palavras

 

05-HUGO PONTES – Poços de Caldas, MG.

Ocaso

 

 Do outro lado da noite

um dia depois da noite.

 Do outro lado da noite

um ria, outro paria.

 Do outro lado da noite

bebida, fome esquecida.

 Do outro lado da noite

reza e fé saciada.

 Do outro lado da noite

febre e suor escorrendo

 Do outro lado da noite

vazio e solidão amargada.

 Do outro lado da noite

semente e pão entre dentes.

 Do outro lado da noite

a fera gerando guerra.

 Do outro lado da noite

festança e muita matança.

 Do outro lado da noite

os restos de um longo dia.

 

06-JOAQUIM BRANCO – Cataguases, MG.

GUERRA E POESIA

 

Gregório de mato guerra & poesia

Gregório marco zero da poesia brasileira

Grego rio abaixo mero gozador

Gregor herança basca maior da colônia

Gregório de baixo calão e alta escala

Gregoriano barba e bigode, bode, espingarda

Gregongório bravo que nem o diabo pode.

 

07-LUÍS AUGUSTO CASSAS – São Luís, MA.

DOCE DE ESPÉCIE

 

Há a quem o amor chega cedo

há a quem o amor chega tarde

há a quem o amor deixa azedo

e a outros o doce-amargo

segredo de quem rala o coco

está na alma o bom-bocado

coração salpica ao fogo

no mesmo açúcar queimado

 

08-DENISE MORAES – VITÓRIA, ES.

O BOLO DE CECÍLIA MEIRELES

 

A poetisa dos olhos tristes.

Cecília mãe, esposa e mulher.

Pelas filhas sempre lembrada,

porém, jamais perceberam seu triste olhar ...

Recordam do seu bolo.

Feito com amor e poesia.

Deixou na lembrança  o  seu lado materno... a doçura e  o paladar.

Para o mundo... lia e escrevia.

E as fotos a revelar...

Que sofriam de amor, seus  olhos tristes.

 

09-EDUARDO WAACK - MATÃO, SP.

NÃO DESCOBRI O AMOR

 

não descobri o amor

quando ele se apresentava.

sequer mencionei seu nome

aos amigos mais íntimos.

 

corri todos os riscos

sem sair do lugar. Viajei planetas

superpovoados e a melancolia

das tardes vazias.

 

dissecava o solo, arrancando

as raízes do pensamento organizado.

não mencionei seu nome misterioso

mesmo assim o eco, das palavras.

 

prisioneiro, eclodia num sussurro.

breve arrepio de saber-se perdido

enquanto a noite avança, o peito pesa

e uma revolução definha paciente.

 

10-SONIA  SALES - SÃO PAULO, SP.

AURORAS ASSASSINADAS

 

Observo o cair da tarde,

um filete de sangue espalha-se

no horizonte.

 

Esconde-se o sol, oculto nas sombras

do negro concreto. Caem os enfermos

como moscas em papel melado.

absorvo o grito da abelha mestra.

O zumbido não para. É apenas

um ruído, o ruído dos operários

levando o entulho das auroras

assassinadas.

Espero um momento para ver

a lua. Ela não decepciona.

 

11-SELMO VASCONCELLOS – Porto Velho, RO.

CÉU DE RONDÔNIA

 

A chuva caiu

Molhando a terra,

Molhando também esperanças.

 

Por que odiamos a chuva?

Por que a amamos?

 

O céu ainda está coberto

por uma cortina escura.

Alguns pedaços perdidos de azul

tentam sobressair-se

no inferno cor de chumbo.

 

Mas, sei que choverá novamente.

 

O sol, voltará a brilhar

Amarei o sol.

Mas cansar-me-ei de sua luz,

de seus raios.

 

Chuva novamente

Parece que a chuva só cai

para nos fazer meditar

Pensar na vida.

Amar a vida.

 

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