Dinheiro dinamarquês
O anúncio do Bndes de que a Dinamarca doou ao Fundo Amazônia cerca de R$ 127 milhões importa mais pelo delicado contexto mundial que pelo valor em si. Com o negacionista Donald Trump a um mês de assumir o poder nos EUA pela segunda vez e os sinais de problemas dele com o mundo, não se pode esperar muito do Grande Irmão do Norte em favor da proteção da nossa floresta além dos R$ 291 milhões já aportados.
O que todos esperam com preocupação é a já prometida pelo próprio Trump disposição de usar fartamente sua palavra predileta: tarifa. Com a Rússia irritada e a Europa respaldando a Ucrânia, fiada no apoio dos EUA, agora em vias de acabar, os europeus sentem que se ligar fortemente ao elo mais maleável dos Brics poderá compensar o baque das reviravoltas esperadas. O recente acordo Europa-Mercosul vem dessa tendência.
A Europa terá que se recolocar na nova ordem mundial e a participação no esforço pelo clima faz parte disso. Atualmente, os países europeus que mais colaboram com o Fundo Amazônia são a Noruega, campeoníssima, com aproximadamente R$ 3,5 bilhões, o KfW, banco de desenvolvimento da Alemanha (R$ 388 milhões), Reino Unido (R$ 284 milhões) e Suíça (R$ 28 milhões). A doação é significativa porque a Dinamarca valoriza muito suas coroas: impõe limites a dívidas e cobra imposto até de arroto e flatulência de gado. Não é de jogar dinheiro fora nem o usar a toa.
Se abrir o bico...
Com a demissão e a prisão do secretário estadual da Juventude, da Cultura, Esporte e Lazer –Sejucel, Junior Lopes, por malversação de recursos públicos - fala-se em mais de R$ 13 milhões - o clima é de suspense nos meios graduados da política rondoniense, sendo tanto na esfera do governo estadual como na Assembleia legislativa, aonde vários deputados participaram de eventos, como da Expovel com recursos de emendas parlamentares. Ocorre que Junior Lopes não vai querer pagar o pato sozinho, sendo que a dinheirada foi rachada entre todos os envolvidos. E ele ameaça abrir o bico de uma hora para outra.
Culpa em cartório
Caro aldeão de Porto Velho e caras-pálidas do interior. Nos bastidores já se sabe que se Junior Lopes não for solto logo vai abrir o bico. O que significa isto? Vai delatar os demais participantes dos desvios milionários dos eventos realizados pela Sejucel. Ele não aprontou a coisa sozinho. Portanto, alguns secretários possivelmente envolvidos e alguns parlamentares com culpa em cartório terão que se virar para colocar o secretário demitido em liberdade e se possível empregado em alguma coisa de novo. O CPA trata o caso com todo cuidado porque o rombo foi enorme e já tem gente da cozinha do Palácio Rio Madeira arrepiado.
Congestionamento
Preparem-se para o congestionamento de candidaturas ao Senado por Porto Velho. Além do governador Marcos Rocha (União Brasil), já se movimentando neste sentido, temos o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) e o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) em preparativos para se filiar ao Podemos de Leo Moraes na abertura da janela partidária, São duas cadeiras em disputa e os postulantes de capital vão enfrentar ossos duros de roer no interior, como o senador Confúcio Moura (a reeleição), Marcos Rogério a reeleição), entre outros nomes emergentes, como Alex Redano da região de Ariquemes.
As tornozeleiras
Para aumentar a proteção das mulheres da violência crescente pelo País – Rondônia é um dos recordistas de feminicidios e estupros – a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei na Comissão de Direitos Humanos, que torna obrigatório o uso de tornozeleiras pelos agressores. Num País onde medidas protetivas utilizadas pela Lei Maria da Penha, não tem reduzido a violência, não vão ser desmoralizadas tornozeleiras aplicadas aos presidiários que cumprem penas alternativas fora da cadeia, vão dar algum resultado. A matéria ainda percorre ainda a comissão de segurança para então subir a plenário para votação.
Até nas aldeias
Impressiona o avanço das drogas em Rondônia. Hoje em dia já se estenderam para as comunidades quilombolas, aldeias indígenas e localidades distantes. Os traficantes, além de ampliar suas atividades para os distritos rurais, com grande atuação nos garimpos ilegais, também buscam novos clientes pelos colégios públicos e particulares. Daí a importância de reforçar a patrulha escolar para proteger o alunado e os professores da violência gerada pela atividade criminosa. Não é à toa que atualmente muitos estudantes (já ligados ao tráfico) comparecem as aulas armados até os dentes.
Ranking do pó
Ao lado de estados com suas divisas minadas pelo tráfico de cocaína, como Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, o estado do Amazonas está assumindo o protagonismo do narcotráfico no País, prejudicado pelas fronteiras mantidas com os maiores produtores como a Colômbia, Bolívia e Peru. Os rios do Amazonas se transformaram em corredores exponenciais para o transporte das drogas além do espaço aéreo utilizado pelos cartéis na região. Toneladas de cocaína passam pelo vizinho estado onde também atuam os piratas do Madeira, que além, de atuar no assalto as embarcações e roubo de combustíveis e extração de ouro nos garimpos ilegais estão incursionando também no tráfico de drogas.
A desertificação
A desertificação aumenta geometricamente no Brasil. Os últimos estudos apontam mais de 1500 municípios brasileiros vulneráveis a este fenômeno causados pelas mudanças climáticas. O que se via mais no Nordeste nos últimos anos já se constata em várias regiões do País, inclusive na região Sul, onde algumas áreas de desertificação tem aumentado nas últimas décadas. Na Amazônia legal existem algumas regiões suscetíveis a desertificação e o desmatamento acelerado nos últimos anos também devem resultar em mais danos ao solo. Nos estados do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde áreas extensas são destinadas a criação do gado e a plantação de soja estão seriamente ameaçadas.
Via Direta
*** Com a eleição de pelo menos dois representantes e mais o vereador Marcio Pacele, com grande votação na Ponta do Abunã, os distritos de Porto Velho aumentaram a representatividade na próxima legislatura da Câmara Municipal da capital *** Com isto a causa da emancipação de Extrema, União Bandeirantes e Jacy-Paraná vai ganhar mais força nos próximos anos*** Também conhecida como a ponte dos suicidas, a ponte sobre o Rio Madeira, na BR 319, completa dez anos. Demorou mais de trinta para sair do papel *** Vamos ver como será tratada a ponte binacional em Guajará Mirim, sobre o Rio Mamoré, na fronteira com a Bolívia, prometida para ser iniciada no ano que vem. A promessa é a entrega em dois anos,