Um dos grandes desafios da humanidade era conservar os alimentos, principalmente antes da geladeira ser inventada. Contudo, os povos antigos tinham seus métodos de conservação, como por exemplo, colocar sapo no leite. Esse hábito era visto na Rússia e na Finlândia, quando as pessoas colocavam os animais dentro dos recipientes de leite para que ele não deteriorasse.
Claro que colocar sapo no leite para conservá-lo pode parecer uma coisa estranha, e realmente é, mas existe uma explicação científica para isso. De acordo com descoberta feita pelos pesquisadores, a pele de alguns sapos secreta peptídeos antibióticos naturais que ajudam no combate do crescimento de bactérias e fungos.
Esses peptídeos evitam que haja a proliferação de micro-organismos responsáveis pelo azedamento do leite. Os cientistas identificaram em 2010 mais de 100 substâncias antibióticas na pele dos sapos, que é um reforço para o uso do sapo no leite para conservá-lo.
Colocar sapo no leite
A espécie de sapo mais usada para conservar o leite era a Rana temporaria, encontrada na Eurásia. De acordo com estudos feitos pela Universidade de Moscou, 97 substâncias antibióticas foram identificadas na pele do anfíbio, sendo algumas delas eficazes contra bactérias como Salmonella e Staphylococcus. Através dessas substâncias o sapo consegue sobreviver nos ambientes úmidos e que estejam potencialmente contaminados.
A conservação do leite era feita colocando um sapo dentro de um recipiente com o líquido, com isso as secreções antibacterianas se misturavam com o leite e retardavam o processo de fermentação. Colocar o sapo no leite era uma prática comum nas regiões rurais, ou nos lugares onde as técnicas de conservação modernas eram limitadas.
Embora funcione, colocar sapo no leite para conservá-lo não é uma coisa recomendada porque algumas espécies podem ter toxinas perigosas para os humanos e também podem transmitir doenças zoonóticas.